Um item que não pode faltar em nenhuma cozinha é o forno. Versátil, permite a cocção de diferentes pratos que necessariamente precisam de um trato do que fazemos em fogões e micro-ondas. Assim, não importa se é elétrico, a gás, compacto, de embutir ou de bancada, ele atende a uma larga demanda dos moradores de uma casa, bem como de proprietários de negócios voltados para o ramo da alimentação.
Nesse sentido, o mercado disponibiliza uma série de modelos, com recursos dos mais variados: pode ser mais tecnológico, com painel digital, permitindo programar operações como temperatura e tempo; ou grill, que ajuda a criar aquela aparência de tostadinho em um frango, por exemplo. Mas há um outro recurso, o qual já é disponibilizado há alguns anos, que poucos proprietários de fornos conhecem com propriedade: o sistema autolimpante.
Um forno autolimpante é aquele que, para quem ama cozinhar, e sempre se arrisca em novas receitas, garante que aparelho não fique com aquela aparência de muito sujo, e tenha de passar por limpezas frequentes. Isso porque ele traz um sistema em seu gabinete que já contribui com a higienização, sem que seja necessário disponibilizar horas a fio para esse processo.
O QUE É FORNO AUTOLIMPANTE?
São aqueles cujas paredes internas do gabinete foram revestidas com um tipo específico de esmalte que, ao ser aquecido, derrete a gordura acumulada em sua superfície. Essa proteção torna a limpeza mais fácil e simples, pois não há a necessidade de esfregá-lo internamente com buchas, por exemplo. Nesse caso, basta passar um pano úmido, ou uma folha de papel toalha, para que a sujicidade seja extraída.
Além disso, alguns fabricantes já disponibilizam fornos digitais, em que a opção “autolimpante”, pode ser, inclusive, acionada diretamente no painel digital, com programação detalhada, ou seja, quando ela deverá ser realizada.
FORNO AUTOLIMPANTE NO FOGÃO A GÁS
Os fornos presentes em fogões a gás são os mais comuns, e também os que costumam dar mais trabalho no momento de fazer a limpeza, já que são uma peça única. Isso porque é difícil, por exemplo, levantá-los para efetuar o procedimento. Ainda assim, a presença do recurso é sensacional, pois minimiza bastante trabalho.
No caso desses modelos, a gordura advinda dos alimentos é eliminada por uma reação química – ao ter o contato com a superfície esmaltada, repleta de poros, a gordura respinga nesses “furos” e reage com o revestimento interno evaporando. Daí aquele “cheiro” que exala na cozinha, quando alimentos com níveis mais elevados de gordura estão sendo preparados. E o ar quente, o qual circula na parte interna, é quem contribui para todo esse processo.
FORNO AUTOLIMPANTE ELÉTRICO
Ainda que para alguns possa parecer que o autolimpante em um forno elétrico seja um sistema totalmente complexo, ele é mais simples do que se imagina. No forno elétrico, o mecanismo de autolimpeza age quando há uma elevação grande de temperatura e por um período mais prolongado.
No caso dos fornos elétricos, como eles são vedados, para impedir que o calor se dissipe, ao alcançar por volta dos 250, 300 graus Celsius, ocorre o que se denomina de “catálise” – um processo fotoquímico decorrente da modificação da velocidade de uma reação química promovida por substâncias presentes em pequenas quantidades. No caso de um forno elétrico, o “catalizador” é a substância que protege as suas paredes. Logo, quando aquecido, o esmalte faz com que os resíduos de gordura evaporem. Aqui, o odor de gordura nem mesmo costuma ser percebido, pois há também nesses modelos, um tipo de filtro que evita esse inconveniente.
CUIDADOS COM OS FORNOS AUTOLIMPANTES
Mas não vá achando que por ter um forno com essa especificidade, não é preciso ter qualquer cuidado com ele. Ao contrário, ele exige uma atenção até mesmo maior em relação aos que não disponibilizam tal função. Primeiro, porque a limpeza precisa ser iniciada e concluída na sequência. Em outras palavras, não dá apenas para acionar o botão de autolimpeza, ou programá-la no painel que ele ficará limpinho da silva. É preciso, após o resfriamento total do eletrodoméstico, que um pano úmido, preferencialmente de microfibra, seja passado em todo o seu interior, para a retirada de qualquer resíduo. Destaca-se que, no processo de “autolimpeza”, no fundo do forno ficarão depositadas “cinzas” as quais precisam ser retiradas com o auxílio de uma pá (caso não a tenha, um pano mais umedecido serve). Em seguida, é necessário remover as grelhas e bandejas, para que sejam lavadas em água corrente, com sabão neutro. Caso isso não seja realizado, elas vão ganhando um aspecto de queimado, e com o tempo, podem até mesmo apresentar corrosão, uma vez que gordura e calor só combinam no processo de autolimpeza mesmo.
Outro ponto é quanto ao uso de abrasivos. Muitos não leem o manual e não sabem que não se pode usar esse tipo de produto em um forno autolimpante, pois ele corrói o esmalte, entope os poros dele, o que danifica o recurso. Ademais, não se deve, em hipótese alguma, utilizar esponjas abrasivas ou palha de aço para efetuar a limpeza, e isso nele como um todo. Nem mesmo corra o risco de uso de produtos a base de silicone, por quase a mesma razão dos abrasivos: entope as áreas que absorvem a gordura.
AUTOMATIZAÇÃO QUE TEM UM CUSTO
Todavia, toda essa praticidade traz um custo para o bolso do consumidor. Os fornos elétricos, por exemplo, consomem bastante energia elétrica, ainda que tenham eficiência em todo o processo. Por isso, a dica é não realizar a autolimpeza sem que o forno tenha sido utilizado, já reserve um tempo para logo depois de assar algum prato. Dessa forma, basta retirá-lo do interior do forno, aquecer o eletrodoméstico por mais um tempo, e dar seguimento à higienização dele. Enquanto ele vai se resolvendo sozinho, é o momento de aproveitar para lavar as demais peças, as quais precisam ser limpas sempre depois do uso.
Além disso, há uma regra básica: ao menor respingo de qualquer resto de alimento, passe o pano para que nada acumule no interior. Desse modo, você consegue otimizar tempo, dinheiro, além de manter o forno sempre novinho em folha!